sábado, 21 de fevereiro de 2009

A MÁSCARA DO ENGRIPADO

E pronto, mais um Carnaval do meu descontentamento. Desta vez ainda parece pior, cheguei ao meu Alentejo com uma gripe de que ando a fugir desde o princípio da estação. Isto é que os zelosos guardiões como a Comissária Moreira da DREN ou os delegados do Ministério Público deviam proibir. Então chega um homem para uns dias criadores, destes, com um solzinho mais quente a seguir a uns dias, muitos, de chuva, cheio de vontade mexer na terra e sente-se à beira do colapso, a Ilvicos e chá de limão com mel, cheio de frio mesmo à beira do lume de chão. Deve ser castigo por não gostar do Carnaval. Mas não gosto mesmo. Não gosto da obrigação de parecer feliz, para esquecer tristezas, Não gosto da indústria da máscara. Durante o resto do ano e com produção artesanal, as nossas máscaras são bem mais bonitas, às vezes, até parecemos nós. Como disse num texto anterior não gosto de desfiles patéticos, especialmente aqueles cheios de tipos travestidos a debitar boçalidades sempre que apanham um microfone por perto. Não gosto da importação triste do samba dançado ao frio de Fevereiro. Talvez agora com o Acordo Ortográfico, tudo fique mais parecido. Como vêem, tenho um problema sério com o Carnaval.
Mas devia estar caladinho, para castigo, vou passar os próximos tempos mascarado de engripado, e não me falta nada, a máscara está completa. Com a vossa licença, está na hora dos Ilvicos e chá com mel.

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