quinta-feira, 10 de setembro de 2015

OS TRABALHOS DA ESCOLA

Esta iniciativa é desenvolvida no âmbito do Programa WhySchool integrado projecto EEA Grants (linha de financiamento concedida pela Islândia, Liechtenstein e Noruega aos Estados Membros da União Europeia) gerido pela Administração Central do Sistema de Saúde do Ministério da Saúde.
Algumas notas breves.
Como já tenho referido parece-me importante que os professores lidando com crianças e adolescentes muitas horas por dia estejam atentos aos seus sinais de mal-estar e que recebam formação para que essa atenção seja mais consistente e informada. De facto, os problemas que carregam na mochila tmbém vão para a escola onde passam o dia e onde podem ser observados sinais desses problemas.
No entanto, como também afirmo frequentemente, é preciso ter uma enorme prudência. As escolas, os professores, não podem gerir tudo e lidar com todos os problemas que possam surgir com crianças e adolescentes, não é a sua função, não é a sua competência, não tem e não pode ter recursos para toda a gama de problemas.
A escola pode, evidentemente, contribuir para a solução mas não pode ser A solução. Neste sentido, atribuir aos professores responsabilidades pela “triagem, referenciação e apoio aos casos em risco” parece-me claramente desajustado. Acresce que as escolas não têm em número suficiente outros recursos nesta área, psicólogos por exemplo. Além disso, estima-se que apenas 10 a 15% das crianças e adolescentes com problemas de saúde mental acedem a ajuda. A saúde mental, tem sido claramente o parente pobre das políticas de saúde.
Neste cenário, apesar de não duvidar da importância do programa de formação para estes professores, temo que possa contribuir para não alterar a eficiência da resposta alimentando a indesejável e muito frequente situação de crianças, adolescentes ou famílias que estão “sinalizadas”, ou “referenciadas” em várias áreas de problemas mas … sem qualquer tipo de apoio sendo notícia quando alguma coisa de grave acontece.

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