terça-feira, 22 de setembro de 2015

EI-LOS QUE PARTEM, VELHOS E NOVOS

Mais de 100 mil emigrantes de longa duração deixaram Portugal entre 2012 e 2013, de acordo com o relatório "Perspetivas das Migrações Internacionais -- 2015", divulgado hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Somos um país de emigrantes de há séculos pelo que este movimento de partida, só por si, não será de estranhar embora preocupe pelo volume e conjuntura.
Na verdade, creio que é preocupante constatarmos que se durante muitos anos a emigração se realizava na busca de melhores condições de vida, agora a emigração realiza-se à procura da própria vida, muita gente, sobretudo jovens não tem condições de vida, tem nada e parte à procura, não de melhor, mas de qualquer coisa.
Este vazio que aqui se sente é angustiante, sobretudo para quem está começar, se sente qualificado e com o desejo de construção de um projecto de vida viável e bem-sucedido.
De todo este cenário, resulta o retrato de um país pobre, envelhecido, onde poucos querem fazer nascer crianças, donde muitas pessoas partem, fogem, à procura de uma vida que aqui lhes parece inacessível.
E o futuro? O futuro não mora aqui. Ei-los que partem, velhos e novos.
Virão um dia ... ou não.

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