terça-feira, 1 de setembro de 2015

GOSTEI DE LER, "A FALÁCIA DA LIBERDADE DE ESCOLHA DEU À COSTA"

Gostei de ler o texto de João Costa,

A falácia da liberdade de escolha na educação deu à costa

"Antes de se apregoar a liberdade de escolha é importante olhar para os países que se arrependem de ter implementado este sistema. Em vários países, em particular em alguns países nórdicos, a liberdade de escolha gerou mais guetização e segregação social."
De facto, a experiência do que têm sido tais práticas de liberalização noutra paragens e o conhecimento dos territórios educativos portugueses sugerem que na verdade percorremos um caminho de privatização da educação transformando-a num serviço que as famílias compram de acordo com as suas possibilidades económicas para os verdadeiros destinatários desse serviço, os seus filhos.
Aliás, parece-me claro que a cultura mais generalizada entende os estabelecimentos de ensino privado como exclusivos e muitos deles são profundamente selectivos na população que acolhem, o que leva, justamente, muitos pais a escolher "comprar", por assim dizer, essa exclusividade, que só por existir já é um negócio, um bom negócio.
A questão, óbvia, é que a maioria das famílias irá, evidentemente, manter os seus filhos nas escolas públicas que sofrendo forte desinvestimento terão menos recursos, apoios e autonomia. Os professores tenderão a funcionar num registo de "contents delivery" a turmas enormes de alunos que através de sucessivos exames passarão por uma espécie de "darwinismo educativo" sobrevivendo os "clientes "mais fortes, sendo os mais fracos enviados para o "trabalho manual" em modo Crato e os menos dotados para instituições “adequadas”.
Sopram ventos adversos, são os mercados a funcionar, dizem, também na educação, mesmo com a "liberdade" de educação. Os clientes mais "favorecidos", para utilizar um eufemismo frequente, comprarão bons serviços educativos e os menos "favorecidos" ... assim continuarão.
É o destino.

1 comentário:

não sei quem sou... disse...

Karl Marx não diria melhor...A seguir vem a luta de classes.


VIVA!