domingo, 22 de outubro de 2023

UM RETRATO DO DESENCANTO

 O JN divulga alguns dados de inquérito realizado já em Outubro pela FN ao qual responderam 2.138 educadores de infância e professores dos ensinos básico e secundário de todo o país.

Vejamos alguns indicadores ressalvando o desconhecimento sobre a ficha técnica do trabalho. De qualquer forma são relevantes e merecem reflexão

No que respeita a remuneração, 97,1% dos inquiridos consideram que a sua remuneração não é compatível com o está ao nível de qualificação exigido para a docência.

Considerando as expectativas relativas à carreira profissional, 94% dos inquiridos consideram "pouco" ou "nada atractiva".

É significativo que 84,1% dos inquiridos afirmar que não aconselharia um jovem a ser professor e que 82,9%, “sente que o reconhecimento social pela profissão docente é negativo.”

Nada de novo e sempre preocupante. As políticas públicas de educação nas últimas décadas têm dado um forte contributo para o cansaço, desencanto e desejo de abandono da profissão que se foi instalando em muitos docentes e a baixa atractividade que tem inibido a motivação pela carreira, única forma de a rejuvenescer.

A questão é que ser professor é continuará a ser uma das funções mais bonitas e importantes do mundo, ver e ajudar os miúdos a ser gente, mas é seguramente uma das mais difíceis e das que mais valorização nas diferentes dimensões e apoio deveria merecer. Não adianta o discurso da “igualdade”, da “justiça” que mascara a essência ética de que nada mais justo e equitativo que o respeito pela diferença. Do seu trabalho depende o nosso futuro, tudo passa pela educação e pela escola.

Continuo sem entender o que é que neste contexto não se percebe.

Sem comentários: