Começam a ser conhecidas algumas ideias sobre ajustamentos no acesso, organização e modelos de formação de professores. Estou naturalmente curioso sobre as decisões que serão tomadas sendo que alguns aspectos me parecem positivos, retomar estágios remunerados, por exemplo, mas algumas reservas ou inquietações mantêm-se.
Continuo com algumas dúvidas relativamente ao risco da “desprofissionalização” ou “deskilling” que me parece
real o que poderá significar uma concepção “empobrecida”, diria “embaratecida”
da docência e das exigências de formação para a função.
Parece-me também de reforçar que só mudanças integradas e não quase que exclusivamente na formação podem
sustentar a atractividade, a estabilidade e, naturalmente, a qualidade da
profissão docente.
Matérias como modelo de carreira,
modelo de avaliação e progressão, a valorização do estatuto salarial dos
docentes, a promoção da sua valorização profissional e social ou a
desburocratização do trabalho dos professores, são algumas dimensões a exigir
alterações sérias.
Por outro lado, apesar de começar
a emergir algum sentido de prudência, temo que o caminho deslumbrado pela
desmaterialização possa chegar também à “ensinagem” e se traduza na tentação de
substituir os professores por uma qualquer espécie de Siri(s) composta(s)
iluminadas por algoritmos.
Como há pouco escrevia, quanto
aos alunos, bom, a esses parece impossível desmaterializá-los. Para já.
Estamos e vamos certamente
continuar perante uma realidade que se pode chamar de desafiante.
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