A peça do Público dedicada à incongruência entre dados das avaliações internas, notas atribuídas e taxas de retenção e dados das avaliações externas, estudos do IAVE e provas de aferição, que já aqui abordei, e os sucessivos discursos da tutela e as práticas de desenvolvidas nas escolas sob “orientação” sobre a questão da avaliação é notável. Creio que tem um carácter profundamente didáctico, mostra com clareza o que não deve acontecer em políticas públicas de educação e não acrescento nada ao que escrevi há alguns dias, “Realidades múltiplas”.
A peça também me fez lembrar a
minha a avó Leonor, uma das mulheres mais extraordinárias que conheci, com a
mais-valia de ser minha.
Nos meus tempos de gaiato e quando
caíamos em alguma asneira actuação desastrada e tentávamos as esfarrapadas
desculpas que a imaginação, ou a falta dela, ditavam ou ainda, quando as
pequenas ou grandes mentiras não saíam bem, tentava compor um ar severo,
desmentido por uns olhos claros infinitamente doces, e dizia, “não sejam troca-tintas”.
Não me lembro se alguma vez lhe
perguntei se sabia a origem da expressão, mas nestes tempos que vamos vivendo,
com boa parte desta gente que de há décadas vai ocupando as lideranças sociais,
políticas e económicas, recordei a avó Leonor e os troca-tintas.
Terra de troca-tintas.
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