quarta-feira, 18 de outubro de 2023

IMAGEM E COMUNICAÇÃO

 Os tempos que atravessamos evidenciam, entre muitíssimos outros aspectos, o papel que a imagem e, mais globalmente, a comunicação assumem em todas as áreas do nosso funcionamento e também, como é obvio, na acção política. Diria até, que actualmente parte importante da acção política assenta na comunicação e na imagem. Não existe serviço, entidade ou grupo de interesses que não tenha o seu gabinete ou canal de imagem e comunicação e respectivos operacionais.

Não tenho qualquer reserva contra a importância atribuída à comunicação e imagem, negá-la seria tapar o Sol com uma peneira. Sabemos todos que o suporte, o contexto e a natureza da comunicação podem transformar uma má ideia em boa ideia, se for bem "vendida", e uma boa ideia pode transformar-se em má ideia, se for mal "vendida".

O que me deixa mais embaraçado e inquieto é a frequência com que assistimos por parte dos actores políticos, sociais, económicos, culturais, ou do próprio universo da comunicação e imagem, ao despudor e à manipulação de factos, ideias ou sentimentos no sentido de venderem aquilo que em cada momento possa servir os seus interesses particulares.

Se considerarmos a comunicação em televisão ou na imprensa escrita incluindo o suporte digital, é muito evidente a forma como através da publicidade, mascarada de "opinião" ou mais grave ainda apresentada como "saber", se procura "vender" ao "consumidor" um qualquer produto (ideia, opinião, poder, etc.) que se queira promover.

Este cenário é certamente um dos contributos para a falta de confiança nos políticos e noutros decisores que os cidadãos revelam, em estudos de imagem, é claro.

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