terça-feira, 17 de junho de 2008

VÉSPERA DE EXAMES

Estou um bocado aflito. Hoje começam os exames nacionais do 12º. Espero que tudo corra bem, mas estou com medo. Se forem difíceis acho que estou tramado. Os do ano passado não pareciam muito difíceis, fizemos os testes nas aulas com os professores e acho que dava para me safar. O meu pai, todos os dias, a toda a hora, me fala dos exames e de ser preciso tirar notas que dêem para entrar na pública. Na privada as propinas são caras e acha que talvez não seja fácil pagá-las, por causa da crise. O problema é se não consigo. Para dizer a verdade, nem estou muito convencido a ir para a Universidade. Por um lado, deve ser giro, mas já começo a estar farto de escola. A minha família iria ficar muito chateada. Sempre me têm dito que gostavam que eu tirasse um curso para ser alguém. No fundo, acho que estão à espera de poder dizer que têm um filho doutor. Se eu lhes dissesse que não me apetece muito continuar a estudar, iria ser uma grande decepção. Acho que não sou capaz.
Também tenho ouvido dizer que, mesmo para quem tem cursos, não é fácil arranjar emprego, mas também é verdade que, só ter jeito e gostar dos computadores, pode não ser suficiente para me safar na vida. Neste último ano até me esforcei um bocado mas não sei se chega. Já falei com o pessoal e acham que não dá para copiar e que os professores também não facilitam. Estou mesmo preocupado. Se a coisa corre mal vai ser um problema.
Rezem por mim.

1 comentário:

Elfrida Matela disse...

Fazer o que gosto ou fazer o que os outros gostariam que eu fizesse? Eis o grande dilema dos jovens de hoje. Por outro lado, muitos deles não sabem bem o que gostariam de fazer, mesmo quando estão prestes a terminar o 12º ano. E assim, pq é tão difícil tomar uma decisão, pq é tão difícil escolher-se entre sabe-se lá o quê para quê, muitos jovens acabam por seguir o trajecto que os pais traçaram para eles. Talvez acabem por gostar, talvez até nunca cheguem a gostar, mas acabam por se tornar os doutores da família, ainda que uns doutores eternamente frustrados.
"Ser ou não ser, eis a questão".