sexta-feira, 13 de junho de 2008

UM EXERCÍCIO DE TUDOLOGIA

Aproveitando a recolha em casa, obrigatória devido ao calor nada brando que está aqui no meu Alentejo, resolvi aproveitar o tempo para estudar. Como já vos tenho dito, existem meia dúzia de figuras em Portugal, os tudólogos, que são capazes de falar sobre tudo, participam em todos os debates sobre não importa o quê e são respeitosamente ouvidos pela generalidade da comunicação social, sempre atenta aos seus achismos banais. Neste contexto, resolvi fazer um pequeno exercício de tudologia, que gostava de submeter à vossa apreciação. Sobre diversos temas, vou tentar alinhar umas palavras que possam disfarçar a ignorância, passar uma ideia de conhecimento (superficial) e animar um debate.
Começando pela Saúde, parece-me importante a defesa do Serviço Nacional de Saúde como garante de equidade no acesso a cuidados de saúde. Importa proceder a uma racionalização de custos, recorrendo, por exemplo, à parceria público/privado.
Em termos de Política Nacional, creio ser imprescindível aprofundar os níveis de participação cívica, visando a qualidade da democracia e fortalecendo a cidadania.
No que concerne à Economia e Finanças, julgo que para além do controlo do défice se justificaria um esforço consistente em termos de investimento produtivo com o objectivo potencial de aumento do nível de exportações, condição para o desejável equilíbrio da balança de pagamentos.
A questão central em matéria de Segurança Social remete para a sustentabilidade a prazo do sistema. Provavelmente, o recurso a mecanismos de diferenciação contributiva será uma via para a sustentabilidade.
A Educação constitui-se o grande desafio do país. A aposta decisiva terá de passar pela qualidade da formação dos recursos humanos. Um eixo importante, parece ser a diversificação dos modelos de formação e desenvolvimento.
Num país cada vez mais dependente das orientações de Bruxelas, a Agricultura, aspecto importante num quadro de desenvolvimento sustentado, solicita com urgência a reorganização e modernização dos ciclos de produção, bem como de formação e actualização profissional.
Considerando os tempos que correm, importa que a política relativa ao Trabalho assente numa via de compatibilização flexibilizada entre o funcionamento do mercado e a protecção dos direitos individuais.
A Justiça, como pilar fundamental das sociedades modernas, exige um conjunto de reformas, quer em termos de estruturas e recursos, quer no âmbito processual, contributivo para modelos de eficácia e celeridade mais ajustados.
Num quadro definido pela nossa integração na UE e na NATO, a política de Defesa deve orientar-se, sobretudo, para um quadro de cooperação internacional, assente num esforço de modernização e operacionalidade.
Finalmente, no que respeita a Obras Públicas, a aposta passará certamente pelo desenvolvimento de modelos sustentáveis de investimento, dando prioridade ao combate às assimetrias regionais e à promoção das acessibilidades.
Gostava então de saber a vossa opinião sobre este pequeno exercício a fim de avaliar da minha preparação para falar sobre não importa o quê, sem dizer nada.

2 comentários:

Anónimo disse...

FALTA O FUTEBOL!

Os tudólogos também vestem a pele de treinadores, jogadores e dirigentes.

Saudações

Anónimo disse...

Lamento dizer-lhe mas é mais interessante quando fala de educação.