Tinha que ser. Remodelação. Quando se fala de governo de um país podemos assumir dois entendimentos. Por um lado, referirmo-nos ao conjunto de pessoas que exercem a gestão da coisa pública traduzida na tão popular expressão “eles, os do governo”. Por outro lado, pode entender-se governo como a acção de gerir a coisa pública, aspecto obviamente mais importante e a que em politiquês chamamos de políticas governativas. Por isso quando se fala de remodelação do governo seria importante esclarecer em qual das perspectivas se fará sentir, ou seja, remodelam-se as figuras ou, de forma mais substantiva, remodelam-se as políticas. Parece óbvio que em Portugal nos ficamos habitualmente pela parte menor, as figuras. Remodelar as políticas pressuporia, primeiro que se aceitasse a falência ou desajustamento do que tem sido feito, segundo e decorrente do anterior, que o responsável óbvio por essa realização, o primeiro-ministro, assumindo essa responsabilidade entendesse que a figura a remodelar teria de ser a sua, o que é manifestamente uma impossibilidade. Neste quadro, parece-me mais ou menos claro que estamos perante uma cedência pré-eleitoral às vozes da rua e às vozes publicitadas e iremos assistir a uma espécie de “restyling” em política. Se as figuras que entram vierem a evidenciar algumas performances insuspeitas, então teremos uma operação de “tunning”. Estamos no tempo.
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