A universidade tem sido, por natureza e responsabilidade social, a alavanca do desenvolvimento das sociedades tendo estado desde sempre associada à formação das elites científicas, económicas, culturais e políticas. No final do século XX com a progressiva exigência de qualificação de sociedades mais desenvolvidas e da democratização dessas sociedades, começou a verificar-se uma progressiva acessibilidade de grupos sociais mais alargados a este nível de formação. Em Portugal e com algum atraso histórico, anos 80, este movimento também se traduziu por uma exponencial procura de formação universitária que não encontrou resposta nas universidades então existentes. A saída foi a apressada constituição de estabelecimentos de ensino superior, públicos e privados, com base num frágil enquadramento normativo e com dispositivos de regulação praticamente inexistentes.
Não parece pois de estranhar que, com a estabilização (em queda) da procura, as instituições com projectos científicos e pedagógicos menos consistentes e/ou modelos de organização e funcionamento menos capazes começassem a mostrar sinais de degradação. A tutela, Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior tem assistido a estes sinais de forma, creio, excessivamente distante.
A crise agora instalada na Universidade Independente retrata com dramática evidência este quadro. É publicada informação que permite entender que os problemas não são de agora. E as questões fundamentais nem se esgotam no apuramento de eventuais ilícitos criminais cometidos por um qualquer grupo de pessoas.
As questões centrais remetem para o efeito devastador sobre os alunos da Universidade Independente, para a representação menos positiva sobre cursos já obtidos por muitas pessoas, para a dúvida sobre a qualidade do corpo docente, global e injustamente apreciado, para a dúvida sobre a credibilidade e qualidade do nosso ensino universitário, sobretudo do subsistema privado. Estes efeitos eram previsíveis. Porque não ocorreu uma intervenção mais cedo? A autonomia das instituições não justifica tudo.
Senhor Ministro Mariano Gago, com o devido respeito e como o povo diz: “tarde piaste!”
Não parece pois de estranhar que, com a estabilização (em queda) da procura, as instituições com projectos científicos e pedagógicos menos consistentes e/ou modelos de organização e funcionamento menos capazes começassem a mostrar sinais de degradação. A tutela, Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior tem assistido a estes sinais de forma, creio, excessivamente distante.
A crise agora instalada na Universidade Independente retrata com dramática evidência este quadro. É publicada informação que permite entender que os problemas não são de agora. E as questões fundamentais nem se esgotam no apuramento de eventuais ilícitos criminais cometidos por um qualquer grupo de pessoas.
As questões centrais remetem para o efeito devastador sobre os alunos da Universidade Independente, para a representação menos positiva sobre cursos já obtidos por muitas pessoas, para a dúvida sobre a qualidade do corpo docente, global e injustamente apreciado, para a dúvida sobre a credibilidade e qualidade do nosso ensino universitário, sobretudo do subsistema privado. Estes efeitos eram previsíveis. Porque não ocorreu uma intervenção mais cedo? A autonomia das instituições não justifica tudo.
Senhor Ministro Mariano Gago, com o devido respeito e como o povo diz: “tarde piaste!”
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