Existe algo que na utilização da Língua Portuguesa desde há muito me desperta curiosidade. Refiro-me a uma certa forma de utilizar o diminutivo. Se bem repararmos, é frequente a utilização desta fórmula quando aplicada a algo ou alguém a que, ou a quem, imputamos características ou atributos menos positivos. Vejamos alguns exemplos. Falamos dos que têm menos como os “pobrezinhos”, dos menos dotados como “poucochinhos” ou “tolinhos”, dos infelizes como “coitadinhos”, de algumas pessoas como “ceguinhos”, “maluquinhos” ou “aleijadinhos” e sempre “coitadinhos”, de elementos de minorias como “ciganitos” ou “pretinhos”, dos mais velhos como “velhinhos”, etc.
A eventual explicação (não é que seja fundamental mas gosto de procurar respostas para os muitos porquês em que tropeço) pode remeter para o embaraço ou culpa, em versão mais pesada, que sentimos pela percepção menos positiva que sentimos e que parece atenuar-se pelo “diminuição” do atributo, ou seja, o indivíduo é cigano mas não muito, é só “ciganito” e, no fundo, os diminutivos também contêm uma conotação de carinho e protecção que nos permite sossegar a consciência. Ou será que não? Acho que vou ter que recomeçar.
A eventual explicação (não é que seja fundamental mas gosto de procurar respostas para os muitos porquês em que tropeço) pode remeter para o embaraço ou culpa, em versão mais pesada, que sentimos pela percepção menos positiva que sentimos e que parece atenuar-se pelo “diminuição” do atributo, ou seja, o indivíduo é cigano mas não muito, é só “ciganito” e, no fundo, os diminutivos também contêm uma conotação de carinho e protecção que nos permite sossegar a consciência. Ou será que não? Acho que vou ter que recomeçar.
(Foto de Paulo Patoleia)
Sem comentários:
Enviar um comentário