Embora não seja um ouvinte particularmente assíduo e, sobretudo, demorado, sintonizo com alguma regularidade a Rádio Clube Português. Aguardei, por isso, com alguma expectativa a mudança significativa que se verificou há algum tempo. Tal como Miguel Sousa Tavares, também eu fiquei decepcionado. É impossível e esgotante aguentar a verborreia, algumas vezes informativa mas, nas mais das vezes, opinativa, a que a qualquer hora se tem acesso. Provavelmente é azar meu, mas encontro sempre alguém (vários) a opinar sobre não importa o quê. Os que opinam e a matéria de opinião variam a uma velocidade estonteante. Creio que, a prazo, ouvirão a toda a plateia sobre o tudo que a imaginação permita, o que será coerente com o “diferente por si”.
Como não gosto de ser apanhado desprevenido, pedi ajuda a uns amigos e, com o recurso a modelos matemáticos e estatísticos, verificámos que tenho a forte probabilidade de, com um nível de confiança de 95%, ser ouvido no intervalo correspondente à terceira semana de Setembro de 2012. Quanto ao tema sobre o qual serei chamado a opinar, os estudos apontam para a influência que o aumento da altura média dos portugueses poderá ter na indústria têxtil, considerando ainda que as tendências em moda sugerem roupa mais apertada e curta e ponderando, por fim, os prováveis efeitos das campanhas de combate à obesidade. Espero estar à altura e, se não se importam, vou começar umas pesquisas. Até lá lamento, mas acho que não sou capaz de continuar a ouvir a estação.
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