Uma das temáticas mais presentes, jutificadamente, na comunicação social é o desemprego assistindo-se a uma esgrima em torno da interpretação e validade dos indicadores, polarizada basicamente entre Governo e maioria, Oposições e Estruturas Sindicais. As posições oscilam entre um optimismo militante, um hiper-realismo quase catastrófico e uma retórica esgotada e impotente, tudo temperado com uma boa dose de demagogia.
Centro esta nota numa dimensão que vem sistematicamente à colação, isto é, o desemprego entre jovens licenciados. Trata-se naturalmente de um problema extremamente sério e que, do meu ponto de vista, requer uma abordagem que nem sempre está presente. Vejamos alguns indicadores. Em Portugal, o desemprego entre licenciados é superior ao que se verifica noutros países da Europa para o mesmo grupo social. Segundo dados oficiais, em termos comparativos, a taxa de desemprego entre licenciados é mais baixa que a taxa global e um licenciado no desemprego demora, em média, cerca de metade do tempo a encontrar emprego face ao grupo global.
Dito isto, sublinho um primeiro aspecto. Em minha opinião, quando alguma imprensa, considerada “de referência”, titula em primeira página “jovens licenciados no desemprego” e não analisa de forma um pouco mais aprofundada a situação, está implicitamente a enviar uma mensagem “estudar para quê se me espera o desemprego”. Se considerarmos que os jovens adultos portugueses são possuidores de uma das mais baixas taxas de escolarização da UE a 25, logo no ensino secundário, aquela mensagem é verdadeiramente suicida.
Em segundo lugar, o facto de em Portugal a taxa de desemprego entre licenciados ser superior à de outros países remete, naturalmente, para os nossos níveis de desenvolvimento que, em muitos sectores, não absorvem mão-de-obra qualificada, pelo que o discurso não pode sugerir “licenciados a mais” mas sim, e sempre, “desenvolvimento a menos”.
Finalmente, embora o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior tenha anunciado a futura disponibilização de dados neste âmbito, importa que se proceda a uma análise das áreas de formação dos licenciados no desemprego. Por óbvia demissão da tutela, ao abrigo de uma obesa autonomia do ensino superior, nunca existiu uma regulação eficaz da oferta e organização da formação de nível superior. Tal situação, que se arrasta desde a década de 80, tem provocado distorções e enviesamentos fortíssimos que conduzem, também, à situação que conhecemos.
Assim, creio que andaremos melhor se insistirmos na imprescindível necessidade de qualificação dos nossos jovens, se a tutela do ensino superior assumir, de facto, uma atitude reguladora e verdadeiramente promotora de I&D, se as instituições de ensino superior procurarem em diferentes campos uma maior aproximação ao Mercado sem hipotecarem o seu papel insubstituível de inovação e desenvolvimento científico e se, finalmente, a comunicação social tratar esta questão de uma forma mais cautelosa evitando, pelo impacto que tem, uma atitude menos investida e empenhada na qualificação dos jovens e nas perspectivas das famílias.
Centro esta nota numa dimensão que vem sistematicamente à colação, isto é, o desemprego entre jovens licenciados. Trata-se naturalmente de um problema extremamente sério e que, do meu ponto de vista, requer uma abordagem que nem sempre está presente. Vejamos alguns indicadores. Em Portugal, o desemprego entre licenciados é superior ao que se verifica noutros países da Europa para o mesmo grupo social. Segundo dados oficiais, em termos comparativos, a taxa de desemprego entre licenciados é mais baixa que a taxa global e um licenciado no desemprego demora, em média, cerca de metade do tempo a encontrar emprego face ao grupo global.
Dito isto, sublinho um primeiro aspecto. Em minha opinião, quando alguma imprensa, considerada “de referência”, titula em primeira página “jovens licenciados no desemprego” e não analisa de forma um pouco mais aprofundada a situação, está implicitamente a enviar uma mensagem “estudar para quê se me espera o desemprego”. Se considerarmos que os jovens adultos portugueses são possuidores de uma das mais baixas taxas de escolarização da UE a 25, logo no ensino secundário, aquela mensagem é verdadeiramente suicida.
Em segundo lugar, o facto de em Portugal a taxa de desemprego entre licenciados ser superior à de outros países remete, naturalmente, para os nossos níveis de desenvolvimento que, em muitos sectores, não absorvem mão-de-obra qualificada, pelo que o discurso não pode sugerir “licenciados a mais” mas sim, e sempre, “desenvolvimento a menos”.
Finalmente, embora o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior tenha anunciado a futura disponibilização de dados neste âmbito, importa que se proceda a uma análise das áreas de formação dos licenciados no desemprego. Por óbvia demissão da tutela, ao abrigo de uma obesa autonomia do ensino superior, nunca existiu uma regulação eficaz da oferta e organização da formação de nível superior. Tal situação, que se arrasta desde a década de 80, tem provocado distorções e enviesamentos fortíssimos que conduzem, também, à situação que conhecemos.
Assim, creio que andaremos melhor se insistirmos na imprescindível necessidade de qualificação dos nossos jovens, se a tutela do ensino superior assumir, de facto, uma atitude reguladora e verdadeiramente promotora de I&D, se as instituições de ensino superior procurarem em diferentes campos uma maior aproximação ao Mercado sem hipotecarem o seu papel insubstituível de inovação e desenvolvimento científico e se, finalmente, a comunicação social tratar esta questão de uma forma mais cautelosa evitando, pelo impacto que tem, uma atitude menos investida e empenhada na qualificação dos jovens e nas perspectivas das famílias.
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