domingo, 21 de junho de 2015

A FESTA DA PARQUE ESCOLAR. OS CONVITES NÃO CHEGARAM PARA TODOS

Era, é, reconhecido por toda a gente a necessidade de modernização do parque escolar, em algumas situações inaceitavelmente degradado, pelo que o processo desencadeado sob a responsabilidade da Parque Escolar merecia concordância, independentemente da agenda político-partidária que gere os discursos das lideranças políticas.
A verificada derrapagem nas contas de muitas das obras relacionadas, que se não estranha em Portugal, têm sido apenas e lamentavelmente a "rotina" das obras geridas por capitais públicos. No caso particular da recuperação e modernização de edifícios escolares, a avaliação do que foi realizado foi mostrando algo que muitas pessoas que conhecem as escolas tinham como claro, o desajustamento de algumas soluções técnicas, o novo-riquismo saloio de alguns equipamentos e materiais, o custo exorbitante de manutenção que as soluções adoptadas implicam, etc.
Estas opções, a “Festa” como lhe chamou Maria de Lourdes Rodrigues, e a política contabilística da actual equipa da 5 de Outubro comprometeram o desenvolvimento do programa com consequências muito negativas em várias escolas que ainda continuam em eternas obras  com milhares de alunos com aulas em contentores e em edifícios sem qualidade mínima.
Sublinho que a recuperação do parque escolar e o equipamento moderno das escolas era, é, uma exigência no sentido de dotar alunos, professores e funcionários de condições de trabalho que sustentem a qualidade que todos desejamos, não é um privilégio que se concede à comunidade escolar.
No entanto e como sempre, esse é o meu ponto, para além dos recursos e equipamentos que por direito dos miúdos devem estar disponibilizados em cada momento com a melhor qualidade possível, no fim temos as pessoas. E de facto, a escola, mais do que equipamentos e meios que se desejam de qualidade, é feita pelas pessoas, todas as pessoas, que na sua função específica lhe dão sentido e qualidade e os últimos tempos têm sido particularmente gravosos para uma parte das pessoas da escola, os professores, maltratados de forma inaceitável por várias medidas da política educativa dos últimos anos.
A questão é que a actual PEC – Política Educativa em Curso, para além de ter deixado de apostar nos edifícios também não aposta nas pessoas e na qualidade do seu trabalho, corta custos de forma cega e está cada vez mais claramente assente numa agenda de desinvestimento na escola pública.
Essa é que é a questão e está para lá da melhor ou pior qualidade dos edifícios escolares.

2 comentários:

Anónimo disse...


A Escola ao Lado do Macdonald's de Corroios (Não sei o Nome) está em Obras aos anos.

Zé Morgado disse...

Trata-se da João de Barros, apenas uma das várias em que isso acontece.