quarta-feira, 17 de junho de 2015

A CRÁTICA NORMALIDADE BUROCRÁTICA

A ver se posso ajudar.
Vou dar apenas um exemplo da crática normalidade burocrática, a avaliação das escolas, que advém da minha experiência em Conselhos Gerais, incluindo escolas com contrato de autonomia.
Na verdade, a forma como a avaliação (interna e externa) é realizada, torna-se altamente burocratizada, solicitando uma carga enorme de informação, extensa, redundante e parte dela inútil, da forma que é requerida. A produção desta informação consome centenas de horas de trabalho a muitos docentes roubadas à essência do seu trabalho.
O nível de informação solicitada e as regras impostas de funcionamento e organização mostra, de facto, um sistema altamente centralizado, burocratizado e com a tentação de manter um controlo absoluto sobre a organização e funcionamento das escolas.
O volume de informação produzido por exigência do quadro normativo global e do contrato de autonomia ocupava um espaço virtual de 4 MB para ser analisado na reunião do Conselho Geral. É obra e o problema é que tinha pouco de virtual e ... eficiente.
O desgaste e desperdício de tempo e esforço investidos na produção desta informação que, sendo lida algures no MEC também implicará mais uma enorme carga de trabalho mas que alimenta a máquina, não podem deixar de ter custos significativos na qualidade do trabalho das escolas.
A avaliação, sendo imprescindível na promoção da qualidade é tanto mais eficaz nessa função quanto mais competente e simples possa ser.
A questão é que, como dizia o Mestre João dos Santos, o mais difícil em educação é trabalhar de uma forma simples.
No meio disto tudo temos Nuno Crato a achar que a situação está “bastante bem”. Talvez fosse boa ideia que alguém por perto pudesse acordar o Ministro, a burocracia é mesmo um problema na vida das escolas e dos professores.

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