segunda-feira, 8 de junho de 2015

PELA NOSSA SAÚDE

Cerca de 80% dos inquiridos entende que a qualidade dos serviços prestados foi afectada pelas políticas seguidas e 85% afirma ser impossível acomodar mais cortes sem que a qualidade se degrade.
Mais de 70% dos médicos afirma que os utentes solicitam medicação mais barata e 24% diz que alguns utentes pedem para que não prescrevam por razões económicas. Cerca de 53% dos clínicos refere o maior abandono das terapêuticas por dificuldades económicas.
60% dos médicos de Centros de Saúde e 44% dos que trabalham em hospitais públicos refere já ter sentido falta de materiais básicos como papel, luvas ou agulhas.
Também 16,5% dos médicos em hospitais públicos refere ter conhecimento directo ou indirecto da recusa de tratamentos inovadores.
Os clínicos referem que nos Centros de Saúde o tipo de interferência mais comum é a pressão para gastar menos com os utentes, referida por 24% dos médicos, com 22% a destacar em concreto a não prescrição de certos medicamentos.
Que dizer mais?
Sempre recordo Michael Marmot, reconhecidíssimo especialista em saúde pública, que há algum tempo esteve em Portugal e afirmou que todas as políticas podem, ou devem, ser avaliadas pelos seus impactos na área da saúde.
Talvez a ideia da austeridade “cega”, do "custe o que custar" fosse de repensar.
Pela nossa saúde.

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