sábado, 1 de fevereiro de 2014

ESTUDAS EM PORTUGAL, TRABALHAS NO ESTRANGEIRO

Um estudo muito interessante hoje divulgado no Público vem sublinhar algo de que muita gente em Portugal tem consciência mas não é devidamente valorizado e aproveitado.
Na realização dos exames de acesso à especialidade os médicos formados em Portugal evidenciam de forma significativa melhores resultados que os seus colegas formados no estrangeiro, entre os quais muitos portugueses que não conseguiram entrar em universidades portuguesas.
Na verdade, de uma forma geral, o ensino superior em Portugal, e não apenas na área da medicina, tem uma qualidade que internamente nem sempre é reconhecida e que se traduz na frequência com que em diversas áreas se assiste à contratação de jovens que estudaram em Portugal para trabalho em diferentes países da Europa, onde se incluem, por exemplo, a Inglaterra ou a Alemanha que não são países com baixo nível de desenvolvimento científico.
Neste quadro, torna-se ainda mais preocupante a partida para o estrangeiro de muitos milhares de jovens, com formação superior de elevada qualidade, porque em Portugal um projecto de vida viável e bem sucedido é uma miragem. Este êxodo tem, obviamente, com profundas consequências para um país como Portugal.
Em primeiro lugar, porque sendo um país com uma fortíssima necessidade de qualificação nas empresas, vê partir os que mais preparados estariam o que terá, evidentemente, um impacto económico significativo. Aliás, ainda ontem no Parlamento, o Ministro Nuno Crato sublinhava a imperiosa necessidade de promover emprego qualificado para o desenvolvimento de um país como o nosso. Curiosamente, este entendimento é subscrito por um membro de um Governo co-responsável por essa emigração de milhares de jovens com formação superior sem futuro em Portugal.
Em segundo lugar, porque importa não esquecer que os custos da formação dos jovens qualificados em Portugal são suportados por todos os nós no caso do ensino público e das famílias ou dos próprios na formação em estabelecimentos privados embora, considerando também o ensino público, os custos para as famílias na frequência de ensino superior em Portugal seja dos mais altos na Europa. Isto significa que Portugal, o estado e as famílias, suporta os custos da formação e os outros países aproveitam essa qualificação uma vez que os jovens não conseguem trabalhar em Portugal.
Estamos a cuidar mal do nosso futuro.

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