segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

OS TRABALHOS DE CASA, OUTRA VEZ

Hoje, um miúdo conhecido pediu-me uma ajuda para a realização de um trabalho de casa. O miúdo anda no 8º ano e o tema do trabalho era a evolução do conhecimento sobre o átomo. Tarefa “simples” pensei para comigo, pouco conhecedor de tais áreas. Tentei perceber se havia alguns materiais fornecidos para consulta ou sugestões práticas e acessíveis de informação. Tanto quanto percebi apenas havia uma sugestão de nomes de cientistas que deveriam integrar o trabalho. Provavelmente por ser ignorante nestas matérias, devo confessar que não me foi nada fácil a ajuda ao miúdo, um aluno médio. Muitas voltas na net, alguma procura pelas prateleiras das estantes e lá fomos encontrando alguma informação que permitiu concluir o trabalho.
Ficou-me a eterna dúvida. E a situação das crianças que vivem em contextos onde a acessibilidade a estes recursos é baixa ou nula? E as crianças cujos pais não têm o percurso escolar que lhes permita a ajuda a trabalhos que, claramente, estão para lá do que deve ser pedido como trabalho de casa? Quando será que se entende que trabalho em casa não é o mesmo que trabalho de casa, ou seja, o da escola feito em casa? E que quando for mesmo necessário fazer trabalho escolar em casa, deve assegurar-se que é um trabalho que a criança pode realizar sem ajuda. Os pais podem e devem fazer com os miúdos trabalho em casa, mas não trabalho de casa.

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