domingo, 25 de janeiro de 2009

EU SÓ QUERO O QUE ME É DEVIDO ...

Era inevitável. A vida das pessoas com progressivo e exigente envolvimento profissional, bem como opções individuais tem vindo a implicar a presença por tempo cada vez mais prolongado das crianças em instituições. O Expresso de hoje aborda esta questão referindo-se a instituições, creches, por exemplo, com horários de funcionamento até à meia-noite e, até, assegurando serviços de baby sitting durante as 24 horas. Lê-se e ficamos perplexos. Como é evidente, já referi em cima, existem casos de actividade profissional que, conjugados com a ausência de apoio por parte de familiares ou amigos, obrigarão a que alguns pais fiquem colocados em situações particularmente complicadas. No entanto, na peça também se referiam situações em que era vida social, de que os pais não prescindiam, a determinar a “estadia” das crianças até muito tarde, madrugada já, na creche.
Sendo certo que os problemas dos pais são importantes, é, por outro lado, fundamental perceber que efeitos para as crianças estas situações poderão trazer. Costumo dizer que cada criança que nasce estabelece um contrato ético com a comunidade em que esta fica obrigada a providenciar cuidados e educação de qualidade. No fundo como diz o cancioneiro, eu só quero o que me é devido, por me trazerem aqui, eu nem sequer fui ouvido, no acto de que nasci.

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