sábado, 8 de agosto de 2015

A VOZ DAS MINORIAS

Na lista do PS para as legislativas em lugar elegível pelo círculo de Lisboa está incluída Ana Sofia Antunes.
Este enunciado mereceria o mesmo relevo que qualquer outro nome menos conhecido das lides partidárias. No entanto, tem vindo a ser destacada esta candidatura. Ana Sofia Antunes é a presidente da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (Acapo).
Na verdade, o que deveria ser algo de “normal”, é uma questão de cidadania, torna-se notícia porque Ana Sofia Antunes é cega e será, muito provavelmente, deputada.
Ao Expresso afirma o que pode considerar-se uma síntese do seu programa embora a liberdade individual dos deputados face aos partidos pelos quais são eleitos seja de geometria variável, por assim dizer.
Entende Ana Sofia Antunes que os direitos das pessoas com deficiência serão a sua bandeira, “Obviamente será essa a minha causa. Serei uma voz de alerta para chamar a atenção para coisas muito simples que podem facilitar enormemente a vida das pessoas com deficiência, de que muitas vezes as outras pessoas nem sequer se lembram”.
De facto, como muitas vezes refiro, a voz das minorias é sempre muito baixa, ouve-se mal, existem variadíssimas áreas de dificuldades colocadas às pessoas com deficiência, designadamente educação, saúde, apoio social, qualificação profissional e emprego, em que a vulnerabilidade e o risco de exclusão são enormes.
Importa também sublinhar que os direitos fundamentais não são variáveis em função de contextos ou hipotecados às oscilações de conjuntura.
Muito já se conseguiu, muito já se mudou.
Está ainda quase tudo para fazer.

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