quarta-feira, 26 de outubro de 2016

MATAR A ÁRVORE DO DESENVOLVIMENTO

Despesa nacional em investigação cai em seis anos consecutivos

O Governo “está a matar a árvore do desenvolvimento”, afirmou no início de 2015 o Professor Carlos Fiolhais.
Na verdade, está estudada e reconhecida de há muito a associação fortíssima entre o investimento em educação e investigação e o desenvolvimento das comunidades, seja por via directa, qualificação e produção de conhecimento, seja por via indirecta, condições económicas, qualidade de vida e condições de saúde, por exemplo.
Com o desinvestimento fortíssimo no ensino superior e investigação e a inviabilização de boa parte dos centros e estruturas de investigação através de um incompetente e despudorado processo de avaliação corremos o sério risco de ver ameaçados e destruídos os excelentes resultados que os centros, laboratórios e unidades de investigação e as instituições de ensino superior têm vindo a alcançar e que atestam o esforço e a competência da comunidade científica portuguesa e o trabalho realizado no âmbito do ensino superior e investigação, traduzidos no reconhecimento internacional das nossas instituições.
Como em quase tudo é uma questão de escolhas e prioridades de quem lidera. O problema como referia também o Professor Sobrinho Simões num entrevista de há algum tempo sobre estas questões é que "os nossos políticos têm um problema ... alguns não se apercebem do valor do ensino superior e da investigação".
A negrura crática que caiu sobre a investigação poderá ter consequências sérias em termos de desenvolvimento científico e económico para além, evidentemente, do impacto nas carreiras pessoais assim ameaçadas de milhares de pessoas que investigam, criam conhecimento, promovem desenvolvimento e que, provavelmente, desistem ou emigram.
E assim quase se desmantelou uma política científica que vinha a produzir resultados positivos.

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