terça-feira, 25 de outubro de 2016

O SUCESSO EDUCATIVO VISTO PELOS ALUNOS

No final da semana passada respondi a um convite de um Município para participar numa iniciativa em torno do sucesso educativo.
Como se sabe e para utilizar um termo em moda, o insucesso escolar, apesar dos progressos verificados, é matéria que ainda não foi objecto de reversão satisfatória.
O trabalho foi muito interessante e realço de forma particular a participação de alunos do básico e do secundário na discussão, quer de forma presencial, quer através de mensagens gravadas sobre o que entendem sobre tal questão, sucesso educativo.
De uma forma sintética sublinho algo que esteve muito presente na generalidade das intervenções de alunos.
Relacionam de forma frequente a ideia de sucesso educativo com a ideia de futuro, ou seja, do seu ponto de vista, o futuro passa pelo sucesso que também não entendem ser só ter “boas notas”.
Exprimem com frequência a dificuldade de entender porque e para quê estudam algumas das matérias que têm. Uma aluna dizia “são muitas matérias para uma pessoa só”.
Finalmente sublinham o discurso de pais e professores que entendem excessivamente centrado no rendimento escolar. Em muitos depoimentos surgiam expressões, temos que ser felizes, temos que fazer outras coisas.
Achei interessante e acho que ficámos todos com um caderno de encargos mais complexo do que já era.
Sim, é positivo que se entenda como o sucesso educativo é uma estrada para o futuro. Mais difícil é lidar com o facto de não perceberem o que se lhes pede como contributo para essa estrada. Teremos de repensar conteúdos (currículos)? Teremos de repensar formas de transmitir os conteúdos, sublinhando a sua funcionalidade? Teremos de repensar a extensão e organização dos conteúdos? Em que sentido?
Sim, é positivo que se perceba o sucesso educativo como uma estrada para o futuro. Mas como compatibilizar o sucesso e o esforço para o obter que parecem estar ao lado de uma ideia de felicidade que parece ser percebida para lá da escola e não com a escola?
Será que temos de repensar os tempos da escola e os conteúdos da escola? E o que é ser feliz? Percebemos que não é só estudar, mas é o quê?
Aceitam-se ideias. Conversar sobre estas coisas só nos traz mais dúvidas.

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