sexta-feira, 5 de abril de 2013

OS NÓS E OS LAÇOS DA VIDA DOS MIÚDOS

Nos tempos que correm uma notícia positiva é um bem de primeira necessidade. De acordo com um relatório da Segurança Social hoje divulgado diminuiu o número de crianças e adolescentes institucionalizados. De 2011 para 2012 baixou 4.3 % mas se considerarmos 2006 a diferença é de 30.1 %.
Os motivos pelos quais é positivo este abaixamento são muitos e importantes. Apenas uma referência a um aspecto que nem sempre é considerado embora conhecido e reconhecido por lida com este universo e que há uns tempos foi sublinhado num estudo realizado pela Universidade do Minho, a maior dificuldade que crianças institucionalizadas revelam em estabelecer laços afectivos sólidos com os seus cuidadores nas instituições. Esta dificuldade pode implicar alguns riscos no desenvolvimento dos miúdos e no seu comportamento.
A conclusão não questiona a competência dos técnicos cuidadores das instituições, mas as próprias condições de vida institucional e aponta no sentido da adopção como forma de minimizar estes riscos e facilitar os importantes processos de vinculação afectiva dos miúdos.
Apesar da evolução, o número de crianças institucionalizadas ainda é significativo e muitas delas não terão facilmente projectos de vida viáveis pese o empenho dos técnicos. Neste universo, acresce a dificuldade enorme de algumas crianças em ser adoptadas devido a situações como doença, deficiência, existência de irmãos ou uma idade já elevada. Assim, muitas crianças estarão mesmo condenadas a não ter uma família.
Há que continuar a desatar os nós da vida dos miúdos e a transformá-los em laços.

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