quarta-feira, 26 de setembro de 2012

TEIP - TERRITÓRIOS EDUCATIVOS DE INTERVENÇÃO PESSOAL

Não, não é confusão, vou tentar explicar, mas antes, uma pequena nota introdutória.
Há uns anos instalou-se no nosso sistema educativo a definição dos chamados Territórios Educativos de Intervenção Prioritária que remete para contextos escolares marcados por dificuldades de natureza variada que comprometem o sucesso e o bem-estar educativo dos alunos e justificavam, continuam a justificar, dispositivos de apoio e recursos acrescidos.
Desde essa altura tenho afirmado regularmente, para surpresa de alguns ouvintes, que do meu ponto de vista, o país educativo é todo ele um conjunto de TEIPs, ou seja, alguns são os Territórios Educativos de Intervenção Prioritária e os outros, a imensa maioria, são Territórios Educativos com a Intervenção Possível. Este ano, creio que a situação se agudizará, ou seja, o Possível, parece-me um pouco menos Possível, mas gostava de me enganar.
Agora a variação do título. Neste início de ano e considerando um contexto mais particular e delimitado, a sala de aula, vamos assistir durante as primeiras semanas à tentativa de definição dos Territórios Educativos de Intervenção Pessoal.
O Professor terá necessariamente de definir o seu território, espaço, relação, regras, limites, tarefas, rotinas, etc., no fundo, tudo o que a função lhe solicita para que seja operada de forma positiva, tranquila e tão bem sucedida quanto possível. Os miúdos, independentemente da idade, mas sobretudo a partir do 2º ciclo estarão bastante atentos a esta definição do TEIP do Professor e ajustarão, em princípio, o seu comportamento e processo de trabalho a essa definição.
Por outro lado, muitos alunos, durante o mesmo período, vão também tentar proceder à definição do seu Território de Intervenção Pessoal. Desafiarão colegas e professores para que a partir do confronto definam o seu território que poderá ser mais largo, mais estreito ou coabitável, em função do que vá resultando deste confronto ou conflito que procurarão desencadear.
Neste processo difícil e que por vezes assume contornos graves, é fundamental que se definam territórios coabitáveis mas, e aqui reside a grande dificuldade, que cada um se sinta responsável quer pelo seu território quer por manter a sua coabitação bem sucedida.
É um dos maiores desafios que se colocam em cada ano escolar que começa. 

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