quinta-feira, 6 de setembro de 2012

OS CONTRIBUINTES QUE PAGUEM A CRISE

O Professor Freitas do Amaral defendeu ontem uma maior justiça fiscal penalizando através dos impostos os rendimentos mais altos. Parece algo de bom senso e justo, que espanta não ter sido lembrado e defendido publicamente pelo Professor Freitas do Amaral nos tempos em que foi ocupando cargos e funções de relevo político. Trata-se, aliás, de um fenómeno habitual entre nós, "quando por lá andei não fiz, mas o que deve ser feito é isto".
O eventual aumento de impostos tem estado na agenda no quadro da avaliação que a troika realiza à feitoria portuguesa que bem tem sido gerida pelos feitores em exercício.
Os partidos da oposição, bem como o CDS-PP fazem saber a sua posição contra novo aumento da carga fiscal que já tem valores absolutamente esmagadores e é reconhecidamente injusta.
O Primeiro-ministro afirmou que não sendo intenção do Governo subir os impostos, também não está em condições de garantir que tal não aconteça.
A questão é que em mais um exemplo do discurso político habitual entre nós, manhoso e pouco transparente, o aumento de impostos está decidido através da proposta de alteração dos escalões de IRS.
Com a justificação de uma necessária simplificação fiscal, o Governo já anunciou uma proposta de revisão dos escalões do IRS. Segundo a imprensa de hoje, vários especialistas em fiscalidade consideram que esta proposta implicará a subida de escalão para cerca de dois milhões de contribuintes o que, inevitavelmente, significará aumento de impostos.
Para não variar, os custos de financiamento da crise afectam sempre os mesmos, uma classe média em implosão, esmagada por uma fiscalidade injusta, ameaçada pelo desemprego e em desesperança face ao futuro.

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