segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

TELEGRAMAS SOBRE O TROIKISMO

1 - Não percebo porque se continua a chamar acordo ou programa de ajuda a um negócio que o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, o BCE e o FMI fizeram com Portugal, cobrando juros enormes em prazos curtíssimos.
2 - Os negociantes ficam nervosos com o incumprimento do negócio, claro, se não pagarmos podem ver o dinheiro a arder. No caso da Grécia estuda-se o perdão de parte da dívida. Acontece que os emprestadores, as instituições que "ajudam", não são de instituições de solidariedade social, querem ganhar, e vão ganhar, "custe o que custar".
3 - O cumprimento, "custe o que custar", é uma peça fundamental para que os emprestadores não sintam o dinheiro ameaçado.
4 - As implicações pesadíssimas na vida das pessoas são algo que não preocupará demasiado os emprestadores, desde que, é claro, o dinheiro pareça garantido.
5 - O alargamento de prazo ou outros ajustamentos menores ao acordo não são, do meu ponto de visa, questões centrais. Muito menos o ajustamento de mais um ano para consolidar as contas públicas como propõe o PS.
6 - A questão central são as políticas levadas a cabo pelo governo que com o aplauso dos emprestadores, claro, provocam pobreza e exclusão que afecta 2,7 milhões de portugueses.
7 - Discutir prazos e ajustamentos menores nas condições representa, como não podia deixar de ser, uma tentativa de conquistar alguma simpatia política sem discutir o essencial. Não é de estranhar, dada a cumplicidade com o acordo para o negócio.
8 - Contrariamente ao que teve de acontecer em Itália, a substituição de políticos eleitos, por mais que não simpatize com Berlusconi, em Portugal a troika está muito bem representada no governo. Não precisará, como a Alemanha já sugeriu para a Grécia, de um capataz que tome conta do país já que os gregos não parecem capazes de encontrar um governo que o faça.
9 - Tudo isto ... é a economia, estúpido.
10 - Tudo isto ... é farinha do mesmo saco. Viva o Carnaval, com ou sem tolerância. De ponto, é claro.

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