quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

QUEM SEMEIA VENTOS, COLHE TEMPESTADES

A imprensa de hoje dá conta do cancelamento de uma visita do Presidente da República à Escola António Arroio devido a um "impedimento" que algumas fontes relacionam com questões de segurança decorrentes de manifestações de alunos. No mesmo universo, a segurança. hoje também se refere que devido a ameaças os Ministros Vítor Gaspar e Álvaro Pereira passam a dispor de protecção policial.
Estas notícias não são simpáticas mas, como o povo diz, são "fruta da época". As sucessivas e pesadíssimas medidas, chamadas de austeridade, conjugadas com as dificuldades decorrentes da própria situação económica estão a colocar a resistência de muitas pessoas nos limites ou para além dos limites, como o próprio Cavaco Silva já referiu. O desemprego, noticia-se hoje está a um nível recorde, 14%, e prevê-se o seu crescimento o que representa uma fortíssima ameaça à dignidade das pessoas.
Por outro lado, e do meu ponto de vista de forma muito grave, muitas afirmações de gente politicamente responsável têm sido profundamente infelizes, para ser simpático, mas na verdade insultuosas e inaceitáveis face aos problemas que colocam 2,7 milhões de portugueses à beira da pobreza e exclusão. Os exemplos são muitos, o caminho é empobrecer, emigrar é um saída, não se queixem, não estão bem mudem-se, etc., quando, simultaneamente, o estado e muitas figuras continuam a promover gastos e a usufruir de mordomias e rendimentos que não se compreendem e aceitam.
Tudo isto gera um caldo de cultura em que se corre o risco de diluir os brandos costumes com que nos costumam identificar.
Como o povo diz, "quem semeia ventos, colhe tempestades".

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