Ainda os dados do PISA 2022. Um em cada dez alunos portugueses expressa que se sente só e outros 11% sentem-se “postos de lado”.
São indicadores que merecem toda
a atenção apesar de se situarem bem abaixo da média da OCDE, 16% sentem-se sós
e 17% afirma que são “postos de lado”.
Ao olhar para estes indicadores
lembrei-me que há já uns anos me convidaram a participar numa iniciativa que
tinha com título genérico "Fugir para a escola" que achei curioso e agora
recordei.
Seria muito interessante, mas não
passa, provavelmente, de um romantismo não compatível com a dureza crispada,
agressiva e feia, dos tempos e da vida actual, imaginar que os miúdos quisessem
fugir para a escola, não porque fugissem de algo mau, o contexto familiar, por
exemplo, e que em bom rigor e lamentavelmente é por vezes tão mau que obriga a
fugir, mas porque os miúdos quisessem correr para a escola por nela se sentirem
bem e não apenas nos intervalos e com os amigos.
Por outro lado, nos tempos que
correm também muitos professores, bons professores, mostram por cansaço ou
desesperança que já não fogem para a escola, um lugar de realização, de
trabalho duro, mas com uma das maiores compensações que se pode ter, ajudar
gente pequena a ser gente grande.
O clima institucional, a
burocracia, a deriva política foram, vão, levando a que a escola não apeteça.
Felizmente, muitos outros professores ainda conseguem fugir para escola, os
alunos desses professores são gente com sorte.
Será que ficou mesmo impossível
acreditar que alunos e os professores, de uma forma geral, queiram fugir para
escola?
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