sexta-feira, 1 de novembro de 2013

UM PERIGOSO AGRESSOR DE SEIS ANOS

Um aluno de seis anos de uma escola do Ensino Básico da zona norte apresenta um comportamento descrito como de agressividade que já obrigou à suspensão das aulas. Ao que a imprensa refere professores e funcionários entraram em pânico e as aulas foram suspensas. A notícia não refere se foi um episódio ou se se trata de uma situação recorrente embora se refiram "ataques de fúria". A mãe afirma que a criança é hiperactiva e que está medicada sentindo-se revoltada com o tratamento dado à situação do filho.
Sinto sempre alguma perplexidade com este tipo de situações  e recordo um caso em 2010 de uma criança de quatro anos que foi expulsa de um Atelier de Tempos Livres também por razões de comportamento considerado agressivo.
Sou o primeiro a reconhecer que, por vezes, as crianças apresentam comportamentos com os quais nós adultos, pais, professores e técnicos temos alguma dificuldade em lidar. Sei também que em algumas dessas situações a intervenção pode ser complicada.
No entanto, estamos a falar de uma criança de seis anos, aparentemente em sofrimento grave, com uma alteração substantiva do comportamento, uma mãe perdida e revoltada e a resposta que temos é suspender as aulas. É pouco, muito pouco.
Esta criança que parece criar sérios riscos para colegas e adultos está, desde logo, a correr um sério risco ela própria. É neste sentido que temos de fazer mais e melhor, com ela com a família e com a escola.
É por questões desta natureza, lamentavelmente, que verificamos como a ausência de respostas pode ser perturbadora e ameaçadora, para o miúdo e para toda a gente, ele ainda só tem seis anos. Que vai acontecer no seu caminho? Que vai acontecer naquela escola? Que vai acontecer naquela família?
Temos a obrigação ética de fazer, como disse, mais e melhor.

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