quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A RAZÃO OU A EMOÇÃO

Estava agora a lembrar-me que há uns dias alguém me perguntava a opinião sobre a escolha e os critérios de decisão que os jovens devem realizar e considerar, designadamente, no que respeita à profissão e que implica, por exemplo, a escolha da respectiva formação. Interrogava-se o meu interlocutor se os jovens devem considerar exclusivamente o mercado e as suas leis de oferta e procura, os níveis de remuneração, a chamada carreira, ou se, por outro lado, deveriam, sobretudo, considerar a sua motivação, o gosto por determinada área.
É evidente que as escolhas hoje em dia não são fáceis, mas também não temos que as considerar irreversíveis. Apesar dos tempos e de alguns enviesamentos de natureza conjuntural ou estrutural que implicam distorções no mercado de trabalho, torna-se sempre difícil para mim imaginar alguém a entregar-se a uma vida profissional afectivamente pouco atraente para si. Com sorte, aprende a gostar e sentir-se-á bem, empenhado e motivado, no entanto pode correr o risco de “comprar” uma frustração permanente e desgastante.
Entendo ainda com algum optimismo que para gente competente, com solidez ética e empenhada tem que, necessariamente, haver um lugar à espera mesmo que não seja fácil chegar a ele.
Assim sendo, embora todas as decisões devam ser tomadas com a maior informação disponível, um projecto de vida, não pode deixar de envolver de forma significativa o afecto e o gozo ou não será um projecto de vida mas um projecto de sobrevivência, ainda que bem paga.

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