quarta-feira, 3 de junho de 2009

O SILICON VALLEY E O SILLY SPEECH

É compreensível que as lideranças políticas, em campanhas eleitorais ou em acção governativa, produzam discursos optimistas e positivos. Entende-se também que as oposições tracem quadros mais negros para capitalizarem eleitoralmente os descontentamentos e dificuldades. No entanto, o cidadão está cansado e pouco disponível, quer para discursos fantasiosos sobre oásis ou amanhãs que cantam, quer para discursos catastrofistas que minam a seriedade, a confiança no futuro e a credibilidade de quem os produz.
Vem esta introdução a propósito da comparação estabelecida por Vital Moreira, um homem que, decididamente, não nasceu para improvisar discursos, competência essencial em campanha eleitoral. Disse o senhor que o Avepark, parque tecnológico de Guimarães é uma espécie de Silicon Valley. Este parque tecnológico parece constituir uma experiência bem sucedida e com reconhecimento internacional, óptimo. Deve referir-se essa excelência? Claro. Mas desculpem, introduzir a comparação com Silicon Valley é de um provincianismo e deslumbramento que embaraça. No entanto, não é nada que se estranhe vindo de uma personagem colada a um genial e infalível governo que abriga grandes produtores de “silly speech” como Manuel Pinho e a mítica Farinha Maizena ou Mário Lino e o inesquecível “jamais” no “deserto”.
Mas não se podem calar ou, pelo menos, pensar um bocadinho antes de dizer qualquer coisa?

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