terça-feira, 24 de julho de 2007

DEIXEM AS CALCULADORAS EM PAZ

Voltou a discussão sobre a presença das calculadoras na escola, sobretudo nos anos iniciais. Como é habitual as posições tendem a extremar-se, quer entre, no caso, as pessoas ligadas ao ensino da matemática e outros técnicos, quer entre os iluminados tudólogos que, como sempre, falam sobre tudo com a arrogante ignorância de quem não sabe. A propósito, o atrevimento de um conselho. Dr. José Manuel Fernandes, genial Director do Público, estude, aproveite o Programa Novas Oportunidades, verá que vai a tempo.
A escola, isto é, os miúdos e os professores (sobretudo), andarão bem se integrarem adequadamente e com senso aquilo que faz parte do seu dia a dia. É uma boa maneira de nos prepararmos para o que existe à volta da escola e não levar, como por vezes acontece, a uma escola afastada do mundo real, dificilmente percebida por alunos e pais e, naturalmente, desconfortável para professores, para os bons professores.
A calculadora é uma ferramenta ao serviço de saberes que, imprescindivelmente, devem ser adquiridos, não pode ser entendida, aliás como qualquer outra ferramenta, como O OBJECTIVO do ensino. Estou convencido que os professores, os bons professores, e os miúdos integram isto. O que se torna mais difícil de integrar é o erro de cálculo que produz políticas educativas erráticas e inconsistentes, o erro de cálculo que leva a programas desajustados, o erro de cálculo que torna frágil a formação de professores, o cálculo subjacente a muitos manuais de duvidosa qualidade, o calculismo que evita a avaliação de professores, etc.

Ao que consta estes cálculos não vieram de nenhuma calculadora. Deixem-nas em paz, são uma pequenina ferramentazinha que, devidamente tratada, não perturba.

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