sexta-feira, 28 de julho de 2017

DAS FÉRIAS DE CRIANÇAS E JOVENS COM NECESSIDADES ESPECIAIS

Em tempo de férias escolares abundam referências à oferta sem fim para actividades de férias destinadas aos mais novos. Esta oferta envolve múltiplos contextos, espaços e uma gama de actividades muito abrangente.
No entanto, apesar de boas experiências promovidas por associações ou escolas e com a colaboração de algumas autarquias, a oferta divulgada para actividades de férias que recebam crianças, adolescentes ou jovens com necessidades especiais é bastante mais baixa.
Sublinho que quando estou a falar de actividades de férias parara todos e não de actividades de férias apenas para os meninos “especiais” como se vê, por exemplo, na praia, um “cantinho” para os especiais e para os “cuidadores” ou “técnicos”. Um critério central em matéria de inclusão é, justamente, a participação nas actividades comuns das comunidades.
A menor oferta verificada não decorrerá fundamentalmente de eventuais custos acrescidos mas de uma cultura e visão que importa alterar e motiva o baixo envolvimento destas crianças e jovens neste tipo de actividades e que as estruturas receptivas à sua presença sejam insuficientes.
Este cenário é, não podia deixar de ser, coerente com as dificuldades enormes que crianças e jovens com necessidades especiais e as suas famílias sentem para que o seu quotidiano, a sua vida, a diferentes níveis, seja tão próxima quanto possível das outras crianças e adolescentes com as mesmas idades, ou seja, que possam aceder e participar, da forma que conseguem, nas actividades que se julgam importantes para crianças e adolescentes.  
Também nas férias e nas actividades próprias das férias há muita estrada para fazer em direcção à participação de todas as crianças.

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