terça-feira, 8 de março de 2016

UM DIA NO FEMININO

Avivada a memória apela recente publicação do “08/03/08 – Memórias da grande Marcha dos Professores” do Paulo Guinote este 8 de Março recordou-me o que aqui escrevi há 8 anos.

“A história tem páginas curiosas. Hoje escreve-se uma delas. Numa sociedade em que o género ainda é factor de discriminação negativa, no Dia Internacional da Mulher, 100 000 docentes, na sua maioria mulheres, protestam contra a política dirigida por uma mulher. Entre as razões para o protesto figuram “tratamento indigno”, “medidas ofensivas e desrespeitadoras”, “humilhação”, etc. Segundo os relatos, muitas destas mulheres protestam na rua pela primeira vez.
Será que os tempos estão mesmo a mudar?
Já o velho Dylan dizia que sim.”

Sim os tempos mudaram, o tempo não pára. Mas será que mudaram significativamente para os Professores? As marcas de Maria de Lurdes Rodrigues e as marcas de Nuno Crato permanecem. Boas? Más?
E o que se segue?
Os Professores sentem-se melhor que há 8 anos? Mais valorizados? Mais apoiados? Mais recompensados e reconhecidos? Mais preparados?
Tenho medo das respostas. Gostava de não ter.

3 comentários:

Unknown disse...

Também eu tenho medo das respostas. Mas a verdade é que não estão melhor e, a verdade mais angustiante é que essas políticas fizeram da maioria da classe docente pessoas conformadas e à vezes agradecidas com o presente.

Ana disse...

Respostas?
Não há dia nenhum, NENHUM, em que não surja na sala de professores da minha escola a conversa da aposentação: gente que já fez as contas ao valor com que ficaria se se aposentasse agora e ficou chocada, gente que se lamenta de ainda faltarem X, Y, Z anos para a idade prevista, gente que se questiona se conseguirá chegar lá sã e salva... E este é o meu medo. Estou no meu 31º ano letivo (de serviço) e tenho quase 52 anos de idade. Na minha escola (onde estou há 26 anos) a média de idades dos professores ronda os 50 anos. Garanto que as únicas respostas que se pedem diariamente são sobre a aposentação.

Zé Morgado disse...

É um retrato fiel do clima existente em boa parte das escolas. Que fazer?