segunda-feira, 14 de março de 2016

NO PORTUGAL DOS PEQUENINOS

Desde adolescente que habitando a mítica Margem Sul, a margem certa do Tejo, caminho para Lisboa para estudar e trabalhar. Logo que a idade permitiu passei a utilizador da mota, mesmo no Inverno. Quem diariamente tem que atravessar a Ponte 25 de Abril às horas de ponta ou estacionar em Lisboa percebe a opção. 
É também verdade que tenho uma precoce paixão pelas motas pelo que o seu uso é um prazer e não apenas uma questão de funcionalidade e rapidez.
À semelhança do que se passa em muitas cidades da Europa e creio que também em algumas artérias do Porto, a Câmara de Lisboa vai permitir a circulação das motas pelos corredores bus em três ruas durante um período experimental, admitindo generalizar a medida.
Esta decisão só peca por tardia. É claramente um ganho de segurança para os motociclistas, qualquer um de nós sente isso mesmo face às condições de trânsito em Lisboa. Difícil é entender porquê só agora e porquê só aquelas três artérias e não outras com maior circulação. Aliás, quem por lá anda verifica que a situação já é corrente, eu próprio sempre que existe cometo a gravíssima ilegalidade  de conduzir a mota pela faixa bus.
O que me causa a maior das perplexidades é a posição imediata de rejeição da ANTRAL, representativa de taxistas, e da CARRIS.
A ANTRAL alega que a decisão vai “inviabilizar o fim que esteve na origem da sua criação” e a CARRIS diz que a medida é “penalizadora da velocidade comercial do transporte público”.
É verdade que a gestão da conflitualidade de interesses deve ser considerada mas como é que se pode defender que a circulação desimpedida de motas penaliza a velocidade dos transportes públicos e “ofende” o privilégio de autocarros e taxistas. É evidente que estas reacções corporativas e sem fundamento sólido, basta conhecer o trânsito de Lisboa e o funcionamento de taxistas e CARRIS, nem sequer consideram a irrelevante questão da seguranças dos que com ganhos para todos, aqui sim, na fluidez do trânsito, trocam o carrinho pelas duas rodas. Como disse, sempre que existe eu já uso a faixa bus, delinquente me confesso, e nunca senti que obrigasse um autocarro a andar mais devagar ou a ofender o privilégio dos taxistas  porque nem sequer percebo porque os possa atrapalhar
É ridícula e embaraçantemente mesquinha esta posição da ANTRAL e da CARRIS.
Coisas do Portugal dos Pequeninos.

2 comentários:

não sei quem sou... disse...

Apesar de não ser motociclista subscrevo por baixo.

A margem sul é a margem certa do Tejo?! Porquê Sr. Professor José Morgado ?!


VIVA!

não sei quem sou... disse...

Há, já entendi !!! Por vezes a minha dificuldade de ler entre linhas é abissal...

A esquerda é sempre o lado certo,certo?... Plenamente de acordo!


VIVA!