Não tendo engenho e arte para fazer concorrência aos politólogos, duas notas telegráficas sobre a Mensagem, a de Cavaco Silva, evidentemente.
Um discurso alinhadinho com a narrativa subscrita pelo Governo sobre o fim da recessão e o sucesso das políticas governativas com efeitos colaterais despiciendos, pobreza, exclusão e desemprego, e a insistência num impossível consenso partidário em nome do interesse nacional.
A partidocracia instalada leva a que, na generalidade das matérias, os interesses partidários se sobreponham aos interesses gerais, a conflitualidade que sendo importante e muitas vezes estimulante e promotora de mudança, é assente em corporações de interesses e clientelas que inibem a definição de rumos e de perspectivas que visem o interesse geral. O Presidente, o Primeiro-ministro, os parceiros sociais, as lideranças partidárias e sociais sabem-no bem, fazem parte do sistema, pelo que os seus discursos se inscrevem no próprio funcionamento do sistema e que conduz ao que temos, sendo que as alternativas prováveis não são particularmente animadoras embora alguns movimentos emergentes e algumas candidaturas às últimas autárquicas fora dos aparelhos partidários possa indiciar alguma mudança.
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