quinta-feira, 23 de maio de 2013

OS AMIGOS VIRTUAIS. Às vezes ... nem amigos nem virtuais

Um estudo realizado nos Estados Unidos sugere que os adolescentes tendem a ver o seu envolvimento no Facebook como uma "obrigação". Como tal e porque esta rede começa a ser muito frequentada por adultos, os adolescentes começam a migrar para outras redes para manterem as suas amizades virtuais e "protegidas" de adultos.
Já tenho me referido a este universo e retomo algumas notas.
Como não podia deixar de acontecer as mudanças tecnológicas estão associadas a mudanças de valores e de comportamentos.
A explosão brutal do envolvimento das pessoas em redes sociais onde se encontram milhares de amigos é um bom exemplo destas mudanças.
No caso particular dos mais novos parece-me ajustada alguma atenção a este fenómeno sem uma atitude, moralista, antecipadora de problemas ou, muito menos, proibicionista.
Com muita referência são conhecidos casos de problemas sérios ligados às redes sociais, ciberbullying, abusos, crianças atraídas por pessoas que conheceram nas redes sociais da Net, os chamados amigos virtuais, que nem de amigos nem de virtuais têm muito.
Este quadro torna necessário que se esteja atento ao quotidiano dos adolescentes. Muito deles, independentemente do estatuto social e cultural das respectivas famílias, passam um tempo imenso sós, abandonados, em frente a um ecrã onde contactam facilmente com gente tão abandonada quanto eles e com gente disposta a aproveitar-se desse abandono e vulnerabilidade. Aliás, até se encontram com frequência famílias que se sentem tranquilas porque os filhos estão “seguros” em casa e não correm risco.
Neste sentido, parece-me importante um esforço grande por parte da comunidade, designadamente escola e pais, no sentido de que as redes sociais dos adolescentes sejam reais e não virtuais, por exemplo através da criação de programas destinados a tempos livres, de que se combata a iliteracia informática das famílias de modo a conhecerem os materiais com que os filhos lidam e de que os adolescentes sejam alertados para comportamentos de risco em matéria de contactos através das “redes sociais virtuais”.
Os tempos novos trazem inquietações novas.

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