sábado, 4 de maio de 2013

EM CONTRAMÃO

O conjunto de medidas ontem enunciadas em termos gerais pelo Primeiro-ministro Adjunto da Troika, Passos Coelho,  não trouxe nada de novo, apenas a confirmação e aprofundamento do trajecto que tem vindo a ser seguido com resultados conhecidos, recessão, desemprego, pobreza e cortes nas dimensões sociais do estado, designadamente, na educação, segurança social e saúde.
As medidas anunciadas, bem como as políticas em desenvolvimento, conseguem fazer o pleno na sua contestação, ou seja, representantes de estruturas empresariais e dos empregadores, representantes dos trabalhadores, representantes  de grupos como reformados e pensionistas, entre outros manifestam forte crítica às políticas defendidas e operadas nos últimos tempos e que se anunciam para os próximos anos, ainda que com algum alívio em 2015 pois as eleições assim obrigam.
Mesmo entre os partidos que suportam o governo são inúmeras as vozes que criticam fortemente o caminho seguido.
A todos os discursos o Governo responde com uma fé inabalável nos modelos determinados pela Troika e que aceita sem um sobressalto de recusa ou negociação, os alunos "bonzinhos" são assim aplicados, acríticos e resignados.
Esta atitude que transforma a vida de milhões de portugueses num inferno, sempre me lembra a história que se conta no meu Alentejo do sujeito que indo, sem dar por isso, em contramão na auto-estrada, ouve avisar pela rádio que se encontra um automobilista a circular em contramão naquela via. O nosso amigo condutor ouviu e interrogou-se “Só um em contramão? Porra, aqui vão todos!”.
Não Senhor Primeiro-ministro, o Governo é segue em contramão.

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