quarta-feira, 11 de março de 2009

AI SE D. SARAIVA MARTINS SABE

Notícias da Figueira. Da famosa tertúlia do casino, que tantas pérolas nos tem fornecido nos últimos tempos, chega a agora a voz do Padre Feytor Pinto que, num discurso um bocadinho mais aberto que os seus pares de outras tertúlias recentes, vem reclamar educação sexual para os pais. Só pais educados, acha o Padre Feytor Pinto, podem educar bem os filhos. Assim enunciado, soa bem. No entanto, algumas notas.
Diz-me a experiência que muitos pais, nas sociedades actuais, devido a circunstâncias de vida ou de cultura, se sentem muito perdidos em matéria de educação dos filhos, desejando ardentemente que a escola cumpra um papel que eles, em casa, sentem uma tremenda dificuldade em assumir, não porque não o queiram fazer, mas porque se sentem inseguros sobre a forma de o fazer. Nesta perspectiva, os pais, muitos pais necessitam de ajuda e apoio para a sua acção educativa e nos mais variados aspectos, comportamentos dos miúdos, consumos, riscos, saídas, companhias, novas tecnologias, etc., etc. Por outro lado, no caso mais particular da educação sexual, apesar das considerações do Padre Feytor Pinto sobre as necessidades de formação dos pais, seria, provavelmente, mais útil que a educação sexual fosse providenciada a muitas pessoas com responsabilidade na Igreja, cujos discursos sobre esta matéria se constituem como dos piores contributos e ajudas às necessidades dos adolescentes e jovens e às dificuldades dos pais.
Continua, frequentemente, a estabelecer-se um equívoco entre educação para os valores e educação para a santidade.

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