terça-feira, 31 de março de 2009

O EQUÍVOCO DE SÓCRATES

A apreciação do Eng. Sócrates sobre a Ministra da Educação é mais um exemplo do modelo que caracteriza o funcionamento do pensamento político do Primeiro-ministro. Esse modelo assenta em duas premissas, a genialidade das decisões e infalibilidade do governo. Estas premissas sustentam, por exemplo, a raridade que constitui a aceitação de uma crítica ou o acolhimento de uma proposta das oposições ou até, mais simplesmente, de algo que não coincidindo com o governo, venha do interior do PS.
É neste quadro que me refiro ao equívoco de Sócrates, “nunca ceder” não é, necessariamente, uma qualidade, pode estar perto de uma espécie de teimosia irracional. A Ministra da Educação responsável pela PEC – Política Educativa em Curso, só para dar alguns exemplos, manteve o mais inaceitável aspecto do estatuto da carreira docente, a divisão da carreira entre titulares e outros, montou uma avaliação de professores que apesar de “nunca ceder” se transformou em coisa nenhuma, criou uma máquina de certificação que se mascara de qualificação para milhares de milhares de indivíduos que têm um papel que certifica o que não sabem. Fomentou e está a fomentar, com o apoio do presidente da Confap, a transformação das escolas em depósitos de crianças que passam horas infindas no perímetro escolar. Montou um dispositivo de apoio educativo a alunos com necessidades educativas especiais que deixou milhares de crianças sem qualquer tipo de apoio. São apenas alguns retratos da “persistência” da Senhora Ministra.
Também não cedo. A política educativa desta equipa embora, com alguns aspectos certamente positivos, é globalmente, uma afirmação de arrogância e incompetência.

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