Era uma vez uma terra. Daquelas que já foram grandes, agora têm pouca gente e parecem condenadas ao fechamento. Uns chamam-lhe desertificação, outros dizem que é o futuro. Quem lá mora, ainda, gosta mais da terra mas tem medo. Como todas as terras, aquela também era visitada por vendedores que substituíam as lojas que já fecharam e as lojas que nunca abriram. Com o tempo, também os vendedores foram deixando de vir. Apenas se mantinha um que, sem falhar, todas as semanas aparecia num carrinha velha que apitava à entrada da terra. As pessoas ouviam a carrinha, juntavam-se no largo, falavam com o vendedor, conversavam entre si, não pareciam comprar nada e voltavam tranquilamente à sua vida quando a carrinha partia. Apenas se ouviam alguns comentários que diziam “Enquanto este vendedor vier, a terra nunca se acaba”. E era sempre assim. A um estranho, a situação pareceria invulgar.
Um estranho não poderia saber que aquele vendedor vendia sonhos. Bonitos e tão baratos que pareciam dados.
Um estranho não poderia saber que aquele vendedor vendia sonhos. Bonitos e tão baratos que pareciam dados.
1 comentário:
Numa aldeia Alentejana que eu conheço muito bem, todos os dias aparece duas carrinhas velhas e uma carroça. Nos dois transportes mais modernos chegam o peixe e o pão e no mais antigo os produtos hortículas de uma horta da zona.
É UMA DELÍCIA SER CLIENTE DESTAS TRÊS ÁREAS COMERCIAIS!
Não menciono o nome da aldeia porque amanhã a ASAE estaria lá emboscada.
Saudações
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