Os Srs. Algoritmos que tratam da memória no FB, recordaram-me uma lembrança de há 11 anos. A história deste Rapaz talvez ainda mantenha alguma actualidade. Aqui fica.
Era uma vez um rapaz. Deste, não
me lembro bem do nome, mas creio que se chamava Rapaz. Na escola as coisas não
corriam muito bem, os resultados eram baixos e o comportamento também não era
muito positivo. O curioso é que toda a gente que falava do Rapaz e dos
problemas que ele dava, acabava sempre por afirmar, “se ele quisesse”.
Todos os professores que o foram
conhecendo, invariavelmente, acabavam por achar, “se ele quisesse”.
A direcção da escola, sempre que
recebia mais uma queixa, lá afirmava, “se ele quisesse”.
Os funcionários da escola, também
já tinham aprendido que, quando se falava do Rapaz, a conclusão era,
obviamente, “se ele quisesse”.
Até os colegas, parte deles,
também já se tinham habituado a pensar o Rapaz a partir do “se ele quisesse”.
Um dia, uma das professoras da
escola falava com o Professor Velho, o que está na biblioteca e fala com os
livros, e, claro, a conversa foi ter aos problemas levantados pelo Rapaz e,
finalmente, no inevitável “se ele quisesse”.
O Velho pensou e falou naquele
jeito baixo. “Quando algum de vocês falar com o Rapaz, experimente perguntar
porque é que ele não quer, mas espreitem bem para dentro dos olhos dele. Para
sossegar o medo que ele deve sentir, e para que o Rapaz veja nos vossos olhos
que vocês querem que ele queira, porque, talvez, ele não saiba isso”.
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