quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

OS DIAS DE CHUVA

 Hoje, a marcha diária de que raramente prescindo, já que correr me está vedado desde há anos por falta de colaboração da coluna, foi feita sob chuva e vento forte, estamos no tempo e é bom que o tempo se cumpra. Beneficiamos todos.

Felizmente, sempre gostei de correr ou jogar futebol à chuva.

Acontece também que quando estou nestas circunstâncias me lembro muito frequentemente de uma figura que também convive comigo de há muito e que sempre me surpreende, mesmo quando leio o que já li muitas vezes. Estou a referir-me ao Mestre Almada Negreiros e talvez seja a isto que se chama imortalidade, sendo que, curiosamente, se trata de uma imortalidade alimentada pelos mortais, alguns.

Voltando ao Mestre Almada, lê-se na Invenção do Dia Claro:

Acho mais sinceros os dias de chuva. Nos dias que chove ponho-me a pensar que não sou só eu que vivo arreliado. Depois, o cheiro da terra molhada é que me faz de novo animar”.

 

Amanhã voltamos à realidade que não anima, o que parece ser a inquietante germinação da falta de empatia nas relações entre gente nova.

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