Hoje, a marcha diária de que raramente prescindo, já que correr me está vedado desde há anos por falta de colaboração da coluna, foi feita sob chuva e vento forte, estamos no tempo e é bom que o tempo se cumpra. Beneficiamos todos.
Felizmente, sempre gostei de
correr ou jogar futebol à chuva.
Acontece também que quando estou
nestas circunstâncias me lembro muito frequentemente de uma figura que também
convive comigo de há muito e que sempre me surpreende, mesmo quando leio o que
já li muitas vezes. Estou a referir-me ao Mestre Almada Negreiros e talvez seja
a isto que se chama imortalidade, sendo que, curiosamente, se trata de uma
imortalidade alimentada pelos mortais, alguns.
Voltando ao Mestre Almada, lê-se
na Invenção do Dia Claro:
“Acho mais sinceros os dias de
chuva. Nos dias que chove ponho-me a pensar que não sou só eu que vivo
arreliado. Depois, o cheiro da terra molhada é que me faz de novo animar”.
Amanhã voltamos à realidade que
não anima, o que parece ser a inquietante germinação da falta de empatia nas relações
entre gente nova.
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