sábado, 27 de dezembro de 2008

MAS AS PROMESSAS EM POLÍTICA SÃO PARA CUMPRIR? TODAS?

Acho sempre interessante o exercício que ciclicamente se faz de tentar inventariar quais as promessas que foram cumpridas por parte do poder político. Normalmente, realiza-se no fim do ano ou no fim dos ciclos eleitorais e o resultado é sempre, sempre surpreendente. Então não é que se chega à conclusão que existem promessas não cumpridas? Ficamos sempre perplexos porque não esperamos tal resultado. Este fim-de-semana tocou ao Expresso avaliar o grau de execução das promessas do governo e, claro, verificou que muitas não foram cumpridas. Este exercício parece-me dispensável mas sempre aparece. No modelo e cultura política em que vivemos ninguém minimamente atento acredita que as promessas enunciadas pelos políticos no poder ou pelos que estão na oposição e lutam pelo poder se destinam, na sua totalidade, a ser cumpridas. A promessa faz parte da retórica política e depois, temos discursos mais ou menos eficazes, discursos melhor ou pior vendidos e o resto é … retórica. Tal situação é, aliás, um excelente contributo para a imagem e credibilidade da classe política
Vejam o triste exemplo a propósito da homilia do Eng. Sócrates. O Sr. Primeiro-ministro disse que entre todos os milagres realizados pelo governo se contava o ter “criado condições para a baixa das taxas de juro”. A oposição clama, é propaganda. O ideólogo de serviço no governo, o ministro Santos Silva vem explicar, o homem é um didacta, que sendo estas matérias decididas em instâncias europeias que intervêm junto do Banco Central Europeu, se o governo faz parte destas instâncias, logo, claro como a água, o governo teve um papel na matéria. É uma análise à prova de bala. Tal como as promessas.

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