domingo, 23 de fevereiro de 2025

GUARDAS-NOCTURNOS, LEMBRAM-SE?

 Li no JN há dias que a Câmara do Porto considera criar um dispositivo de guarda-nocturno em algumas áreas de três freguesias da cidade.

Esta referência aos guardas-nocturnos deixou-me por um tempinho a passear na memória. As memórias fazem muitas vezes companhia aos mais velhos.

Nos tempos actuais, em que a segurança não sai da agenda, não sei avaliar sobre a justificação da sua existência, mas acredito que pela proximidade pode ter um efeito positivo e óbvio na segurança e, muito importante, no sentimento de segurança sentido pelo cidadão, algo que está a ser objecto diversas e algumas também erradas leituras. Por outro lado, também pode acontecer que seja de considerar a própria segurança dos guardas-nocturnos. Os tempos vão ásperos.

É nesta perspectiva que me lembrei de nos meus tempos de adolescente e jovem, mais de cinquenta anos lá para trás no tempo, e, por assim dizer, com uma vida nocturna alargada. Quase todas as noites eu e a minha tribo nos cruzávamos com o guarda-nocturno da zona.

Mantínhamos uma cavaqueira que nos punha mais próximos, aliviava o tempo e dava-nos a sensação de que na rua andava alguém que conhecia as pessoas que lá moravam e zelava por nós.

Algumas pessoas, sobretudo comerciantes, contribuíam com algo mais para o guarda-nocturno e essas tinham "vigilância privilegiada". O bairro sentia-se mais tranquilo, o Sr. Silva andava por lá, uma espécie de anjo da guarda fardado.

Como disse, mais do que saber o impacto objectivo da presença do guarda-nocturno no abaixamento da delinquência ou vandalismo, tenho a certeza que as pessoas vão sentir-se mais seguras se souberem que o Sr. Silva, enquanto dormimos, anda a olhar pela nossa rua, pelo nosso mundo.

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