Sossega, medo sentido.
Vêem-me só e avisam,
cuidado com as companhias.
Porquê
são as companhias que me cuidam.
Não entendem.
Queixam-se do meu silêncio.
Porquê
todos falam de mim e ninguém fala comigo.
Não entendem.
Parecem com medo de mim.
Porquê
o meu medo é ainda maior.
Escondo-me com os fones
no máximo para não o ouvir,
o medo sentido.
Não entendem.
Dizem que me porto mal.
Porquê
só procuro um porto bom.
Não entendem.
É preciso pensar no futuro, dizem.
Porquê
o meu amanhã,
vai ser igual ao hoje,
igual ao nada.
Não entendem.
Sossega, medo sentido.
2 comentários:
Este poema encaminha-me para uma elegia.
Não tem esperança no futuro?
Está assim tão mal, amigo?
O jogo de ténis não lhe correu bem?
Com uma hora de corrida isso passa-lhe...
Ou entendi mal!!!..
São os putos caro Oliveira, são dos putos que o poema fala...
Diz a etologia que "qualquer animal quando se sente ameaçado ou com medo tem como defesa o ataque..."
Um grande abraço.
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