O Dr. Portas, o Paulo, dedicou-se hoje à educação com o conhecimento que se lhe reconhece. Entre outras afirmações ilustrativas do que é um pensamento de direita, no sentido mais retrógrado e reaccionário, postulou que “a escola inclusiva é um erro intelectual de primeira grandeza” e que “a escola é para quem aproveita, para quem estuda, para quem se esforça”. Entusiasmado, parou à beirinha de afirmar que “arbeit macht frei” (o trabalho liberta) com o dentinho branco à vista e o olhinho a piscar de frémito. Insistiu ainda no que chama de liberdade de escolha “para que quem é pobre possa ter acesso à escola que entende”. Algumas notas. A ignorância e uma visão de direita elitista e ultraliberal, não o deixam entender que “escola inclusiva” é algo que não existe. Defende-se sim, que numa sociedade desenvolvida e com princípios de solidariedade, se exija à escola pública esforço e qualidade destinada a TODOS os alunos, ou seja, que subscreva princípios de educação que não excluam porque, sabe-se, a exclusão escolar é a primeira etapa da exclusão social. Chama-se princípio de equidade e exige qualidade, avaliação e rigor. Este entendimento não tem nada a ver com facilitismo ou laxismo e a PEC – política educativa em curso, tem pouco de inclusiva. Já aqui o tenho afirmado repetidamente. Quanto à liberdade de escolha, a demagogia populista, reaccionária e ignorante do Dr. Portas não chegam para convencer ninguém de que a D. Alzira da mercearia, pega num cheque dado pelo estado, bate à porta de um colégio particular bem cotado na praça e recebem-lhe o filho só porque ela pode pagar. Seja sério Dr. Portas, você sabe que isto é uma ficção. Já agora, que solução preconiza para os alunos que “não aproveitam, não estudam, não se esforçam”, ou não são tão dotados intelectualmente como o senhor? Prende-os? A partir de que idade? Deporta-os? Instala uns campos de reeducação? Põe-nos a trabalhar na lavoura?
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