Ontem verificou-se alguma agitação face a uma noticiada intenção do Governo taxar a utilização dos sacos de plástico, designadamente os fornecidos nas grandes superfícies comerciais (abrir parêntesis – adoro esta expressão, como se o mundo em que vivemos não fosse todo ele uma grande superfície comercial – fechar parêntesis). Embora se tenha depois verificado um aparente recuo na intenção do Governo, a justificação desta taxa ecológica assenta no princípio do “poluidor, pagador”. Não posso estar mais de acordo e defendo a sua operacionalização. Assim, num exercício de cidadania, proponho um estabelecimento de uma conta-corrente ecológica entre o cidadão e a administração que, à semelhança do que acontece como os impostos, seria saldada anualmente. Como sabem, o cidadão, quando poluidor, paga já na aquisição de variadíssimos bens e serviços uma taxa destinada a suportar os custos ecológicos desses bens ou serviços, como por exemplo, pneus, combustíveis, aparelhos, recolha dos resíduos domésticos, etc. Tudo bem. Poluímos, pagamos. Mas o estado, enquanto poluidor, paga o quê ao cidadão? É aqui que entra a minha conta-corrente. O estado deve indemnizar-nos pelos custos ambientais e ecológicos dos disparates do Ministro Lino, pela poluição intelectual de alguns discursos políticos, pelo impacto na qualidade de vida dos cidadãos de algumas decisões políticas, pelo impacto ecológico da trágica política urbanística de muitas autarquias, pelo custo ético e ecológico dos níveis de corrupção, pelos custos ecológicos e de qualidade de vida decorrentes da excessiva burocracia, pelo telelixo que o serviço público de radiotelevisão produz, etc, etc. Acho que era justa esta conta-corrente.
Tenho ideia é que lá se ia a recuperação do défice nas contas públicas.
Tenho ideia é que lá se ia a recuperação do défice nas contas públicas.
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